Me lembro em detalhes de uma sandália que meu pai usava naquelas manhãs de domingo com sol, quando me levava á um parquinho perto de casa para brincar enquanto minha mãe preparava o almoço com minha avó. Lembro da sandália de couro marrom escuro e de um detalhe cortado em ondinhas no meio de uma costura na parte de cima, lembro por ir caminhando em direção ao parque de mãos dadas com ele, e ir observando as marcas que aqueles pés faziam na areia do parque, comparando as minhas pegadas logo ao lado tão pequenas.
Essa lembrança se tornou doce por guardar na memória um momento de cumplicidade entre meu pai e eu.
Lembro de muitos outros momentos simples na minha infância que tem o poder de me trazer cheiros, gostos, sensações daquela época, e que me fazem por um momento lembrar de como eu via e sentia a vida enquanto criança.
Assim como marido, que também percebeu dias atrás ter guardado uma doce lembrança.
Fazendo chapéu de papel com o Davi, se viu repetindo a mesma cena de quando ele aprendia o mesmo feito com seu pai. Provavelmente sentiu a mesma sensação que sentira naquele tempo e era visível a alegria dessa lembrança.
Daí percebo que são momentos rotineiros e corriqueiros que fazem nascer a felicidade, é a simplicidade dos acontecimentos que fortalecem laços e aumentam o amor.
São os momentos de amor simples que ficam guardados dentro de nós por tanto tempo, e que nos fazem reviver sensações de pequenas felicidades quando lembrados.
Que ainda tenhamos muitos momentos felizes para se tornarem doces lembranças.